Há todo um mundo escondido nas nossas histórias e mitos do mundo antigo, um mundo vibrante, com pessoas, deuses e criaturas míticas, demasiado familiar, mas muito diferente.

Uma das culturas que resistiram verdadeiramente ao teste do tempo é a dos gregos, uma nação, ou melhor, um coletivo de pessoas que partilhavam uma língua comum.

A mitologia grega é um conjunto de histórias complicado e fascinante que nos pode ajudar a atravessar o tecido da realidade e a espreitar o outro lado.

Há quem diga que é apenas ficção, mas nós acreditamos que é mais do que isso. Acreditamos que que os mitos revelam a verdade.

Infelizmente, se alguém se atrever a mergulhar no vasto mar de contos da mitologia grega sem orientação, acabará por se perder.

Tantas histórias, tantas narrativas e versões diferentes, onde é que isto acaba?

É por isso que criámos a Grande Lista da Mitologia Grega, um dicionário mítico, por assim dizer.

Basta percorrer a página e encontrar as histórias mais importantes, na nossa opinião.

Não há muitas histórias em que os habitantes do Monte Olimpo não estejam envolvidos, de uma forma ou de outra.

1. Zeus, o Deus do Trovão

O Rei dos Deuses e pai da humanidade, Senhor do Céu.

Um Deus que decidiu matar o seu próprio pai, Cronus, e tomar as rédeas do dodekatheon. Um imortal com um lado humano distinto, realçado pela paixão, pecado e desejo.

Descobrirás que Zeus (ou Δίας) é o catalisador de muitos dos mitos gregos, desde transformar-se em animais e misturar-se com mortais até iniciar e parar guerras.

Se quiser saber mais sobre o pai ancestral dos gregos, consulte este post que explica em pormenor a verdadeira natureza de Zeus.

2. Hera, Rainha dos Deuses

A cara-metade de Zeus e o protetor dos casamentos.

Há muitos mitos em que o ciúme e o espírito maquiavélico de Hera causam estragos e destruição.

Mas a parte interessante é que há provas de que ela era uma das deusas mais importantes nos períodos pré-helénicos, tendo-se formado um verdadeiro culto à sua volta.

Algumas pessoas afirmam que a união entre ela e Zeus simboliza a sua subordinação, reflectindo a transição de uma sociedade matriarcal para uma sociedade patriarcal.

Dito isto, Hera é uma das figuras divinas mais intrigantes, poderosas e antigas que podemos observar na região mediterrânica.

3. Atena, Deusa da Sabedoria e da Guerra

Atena, nascida da cabeça do seu pai Zeus, era a protetora de muitas cidades-estado da Grécia antiga.

Ajudou muitos heróis, incluindo Hércules e Odisseu, e supostamente criou a primeira aranha, Arachne.

Até hoje, podemos observar os seus vestígios na capital da Grécia, Atenas. Muitas pessoas não sabem, mas o Partenon é um templo dedicado a ela.

Outra poderosa deusa feminina que desempenha um papel importante em muitas fábulas heróicas, incluindo a Ilíada.

4. Apolo, Deus do Sol

Uma figura complexa da mitologia grega (e romana).

Inventor do arco e flecha, da música de cordas, deus da dança, da cura e protetor da juventude, é para os gregos antigos a personificação do divino, assumindo diferentes formas ao longo dos anos.

É o filho de Zeus e comanda o Sol.

O seu mito realça a fluidez da mitologia grega e o facto de a localização geográfica e o tempo desempenharem um papel importante na representação do divino.

Asclepius (ver "Vara de Asclepius") era seu filho.

5. Ares, God of War

Irmão de Atena, Ares é o deus grego da guerra, personificação da violência e da brutalidade, muitas vezes manifestada em cima de um carro de guerra.

Personagem de dupla face na mitologia grega, era simultaneamente honrado e assustado pelos gregos antigos, representando o físico, o valor e a inteligência estratégica, mas também o lado negro da guerra, a fome insaciável de destruição.

No entanto, o seu papel nas histórias é bastante limitado, parecendo ser o estereótipo do "inimigo" que perde para os bons.

A caraterística definitiva é a sua dualidade como "general" versus "amante" gentil, uma vez que ele era o "εραστής" de Afrodite.

6) Afrodite, Deus da Beleza

Amor, paixão e procriação.

A deusa Afrodite é uma das divindades mais célebres do mundo, com muitas esculturas e pinturas que ainda decoram os museus modernos.

Filha de Zeus e Dione, é a manifestação da juventude imortal e eterna e da beleza do feminino.

Muitas vezes infiel e turbulenta, ela é o amor encarnado e, além disso, é uma das poucas divindades das religiões antigas que representam honestamente a sexualidade feminina, sem tabus.

7) Hefesto, deus do fogo

"Ηφαίστειο" significa vulcão. A própria natureza de Hefesto é o fogo e o artesanato.

Um mito sugere que ele nasceu com uma deformidade e foi banido do Olimpo pela sua mãe Hera.

Muitas das armas poderosas que encontramos na mitologia grega, como a couraça de Aquiles e as flechas e arcos de Ero, foram criadas por ele.

A sua mestria é evidente pela sua capacidade de criar automatismos e dar movimento a objectos inanimados, tornando-o o Deus da Tecnologia.

Mas a sua possessão poderosa é o fogo, que foi roubado pelo Titã Prometeu (ver o Mito de Prometeu para mais informações).

8) Poseidon, Deus dos Oceanos

Num país rodeado de mar, o Deus do Tridente está na linha da frente.

Deus poderoso que derruba quem o insulta e ajuda todos os que o adoram, Poseidon é o chefe dos marinheiros e a divindade principal de muitas cidades-estado.

Desempenha um papel importante na obra de Homero, mostrando como o mar era importante nessa altura.

O hábito de desejar uma boa viagem era um ato de fé para com Poseidon na Grécia antiga, muitas vezes acompanhado de sacrifícios (cavalos) antes do início da viagem.

9. Deméter, deusa da fertilidade

Uma divindade primordial que existia muito antes da criação do dodekatheon.

Deméter destaca a revolução agrícola, à medida que nos afastamos das sociedades de caçadores-recolectores.

Como "Thesmoforos", é ela que estabelece a lei da terra, marcando uma sociedade civilizada.

Ela e Perséfone são as principais deusas envolvidas nos Mistérios Eleusinos. Até hoje, não se sabe exatamente o objetivo deste ritual.

Parecia ser um acontecimento anual, realizado por um culto agrário baseado na civilização micénica.

10) Hermes, o Mensageiro dos Deuses

O Deus Malandro.

Uma figura maléfica que protege os viajantes, o comércio, os desportistas e os ladrões!

Hermes evoluiu como divindade: de divindade ctónica a deus da fertilidade e a deus dos limites.

A sua capacidade de se mover entre o mundo dos mortais e o subterrâneo posicionou-o como um condutor de almas, guiando-as para o submundo.

Continuou a transformar-se à medida que os gregos expandiam o seu território.

Ainda hoje, Hermes é considerado uma figura mística, simbolizando a transição e o domínio do subconsciente sobre a mente consciente.

11) Artemis, Deus da Caça

Uma divindade feminina forte, uma donzela dos bosques e da caça.

Ártemis era muito celebrada na Grécia Antiga, tendo-lhe sido dedicada uma das sete Maravilhas do Mundo Antigo: o templo de Ártemis em Éfeso.

Era também a Deusa do parto e a protetora das jovens mulheres.

Encarnando a natureza selvagem, Ártemis castigava aqueles que não respeitavam os animais.

Mas, tal como acontece com todos os deuses da mitologia grega, ela tem um lado suave, escolhendo dar o seu coração a Orion - apesar de muitos deuses e mortais terem tentado reclamá-lo antes dele.

(Ver "Orion" para mais informações)

12) Hades, senhor do mundo subterrâneo

O Hades é um excelente exemplo de como a nossa perceção da morte é diferente da das culturas antigas.

Um Deus altruísta e justo procura manter o equilíbrio entre os mortos e os vivos.

Simboliza a universalidade da morte e o facto de todos serem iguais aos seus olhos: mortais e heróis, todos terão a mesma fé: tornarem-se hóspedes na sua casa.

Hades não é mau nem bom, é neutro, não se preocupa com os assuntos dos vivos e só cuida da sua casa. Mas se alguém tentar fugir ou enganá-lo, ele liberta a sua fúria!

Muitas fontes sugerem a existência de diferentes deuses no topo do Olimpo, entre os quais

13. Dionísio, o Deus do Vinho

O Deus do Vinho pode parecer um título humilde, mas o vinho, as uvas e a vinha eram muito importantes para os gregos.

Diz-se que o vinho, consumido numa quantidade razoável que Dionísio regulava, aliviaria o sofrimento e até provocaria uma loucura divina.

A representação estereotipada de "Baco" como um deus bêbado é demasiado simplista. "Forasteiro", viajante, libertou os gregos da sua auto-consciência e deu-lhes poder para derrubar os poderosos.

Ele era celebrado em festivais e os seus rituais deviam valorizar a natureza dos seres humanos e conduzi-los a uma relação mais próxima com o seu verdadeiro eu.

Cada vez que levantamos um copo de vinho, estamos a homenageá-lo!

14. Héstia, Deusa do Lar e da Família

"A palavra 'lar' partilha a sua ascendência com 'coração', tal como o grego moderno para 'lar' é kardia, que também significa 'coração'... O significado essencial de centralidade que os liga também revela o grande significado do lar para os gregos e romanos e, consequentemente, a importância de Héstia, a divindade que o preside."

A família, o lar, o Estado. Héstia é o Deus "comum", honrado por todos por uma questão de hábito, uma vez que a primeira oferenda de cada sacrifício doméstico lhe era entregue.

Não era tão proeminente na mitologia grega como seria de esperar, mas era adorada em todas as cidades-estado. O seu templo era o coração do Prytaneion.

A chama olímpica, até hoje, arde no seu altar durante os Jogos Olímpicos.

Se está a gostar disto e quer aprender ainda mais sobre a mitologia grega, recomendamos um livro fascinante de Stephen Fry: Mythos

Mitos e histórias, contados de uma forma inteligente e caprichosa por um aficionado grego com um profundo amor e interesse pelo tema.

Não perca!

As 27 fábulas mais importantes da mitologia grega

1. Ilíada (Guerras de Troia)

Um conto sobre a guerra entre a Grécia e Troia pelos olhos de Helena.

Homero, inspirado por uma guerra real entre Esparta e Troia que ocorreu 300 anos antes do seu tempo, escreveu um poema que descreve em pormenor os acontecimentos das últimas duas semanas da guerra.

Deuses, semideuses, generais poderosos, amor, paixão, violência e engano.

Os temas subjacentes - orgulho, raiva, hybris, etc. - tornaram-se as ferramentas literárias fundamentais utilizadas frequentemente pelos romancistas dos séculos XIX e XX.

Verdadeira epopeia em todos os sentidos, a Ilíada é uma fonte de informação abundante sobre a cultura, a mitologia e o espírito dos gregos antigos.

2) Odisseia

Na "sequela" da Ilíada, Homero continua a esboçar artisticamente os valores dos seres humanos e a sua relação com o divino.

Depois de ajudar os gregos a vencer as guerras de Troia, Odisseu procura regressar ao seu reino e à sua casa, Ítaca.

A viagem leva-o durante 20 anos e ele acaba por enfrentar muitos desafios ao longo do caminho que irão testar a sua inteligência, resiliência e lealdade.

Odisseu é o herói cultural de facto dos gregos, representando o herói não convencional que usa a sua mente para atingir os seus objectivos, uma prova de como eles valorizavam o engenho e o progresso.

(A "Ilíada" e a "Odisseia" dão-lhe uma visão panóptica dos gregos antigos e da sua cultura. Se quiser ler os textos originais, este e este livro )

3. Jasão e os Argonautas

Mais uma aventura épica, seguindo os passos de Homero.

Jason é enviado para uma missão impossível para recuperar o Tosão de Ouro. Reunindo heróis de toda a Grécia, ele forma um "esquadrão suicida" e embarca na sua própria Odisseia.

Seguindo a narrativa da Jornada do Herói, ele e a sua equipa enfrentarão muitos desafios. Depois de uma viagem cheia de provações, Jason acaba por fazer o impossível, mas paga um preço elevado.

Uma história que parece muito semelhante à Odisseia, mas que encerra o mistério que rodeava o desconhecido nessa altura e o poder do conhecimento.

Mas uma das suas qualidades que realmente se destaca é o amor entre o herói e a heroína e a paixão que actua como uma faca de dois gumes para Jason.

4. o Labirinto (Minotauro e Teseu)

Meio homem, meio touro, o Minotauro era uma criatura mítica escondida no centro de um vasto labirinto em Knossos, Creta.

Atenas tinha de enviar 7 jovens de 7 em 7 anos para o labirinto, a fim de apaziguar os deuses por terem matado o filho do rei Minos.

Teseu, numa tentativa de acabar com isto, entra no labirinto para matar o monstro.

Desta vez, em vez da intervenção divina, o nosso herói encontra a ajuda de uma mortal, a filha do rei Minos.

O "Fio de Ariadne" desempenhará um papel importante para ajudar Teseu a escapar do labirinto.

Um conto alegórico sobre como enfrentar os seus medos mais profundos e encontrar o seu próprio caminho

"Ele entra num labirinto, multiplica por mil os perigos já inerentes ao próprio ato de viver, não sendo o menor deles o facto de ninguém com olhos ver como e onde ele se perde e se sente só e é rasgado membro a membro por um qualquer Minotauro das cavernas da consciência."

5. Perseu e Medusa

À semelhança de Teseu e o Minotauro, Perseu embarca numa missão suicida: trazer a cabeça da Medusa de volta ao seu Rei.

A Medusa era uma górgona, uma criatura monstruosa com o rosto de uma bela donzela, que transformava em pedra quem olhasse para ela.

Um tema comum a estes contos heróicos é o facto de o protagonista ter de usar muito mais do que os seus músculos e a sua força, tem de usar a sua inteligência.

Perseu está equipado com um escudo que o ajudará a ver o reflexo da Medusa, sem olhar diretamente para o seu rosto.

6) As Amazónias

Uma raça de mulheres guerreiras, filhas de Ares, o Deus da Guerra.

Os gregos antigos enfrentaram-nos inúmeras vezes: guerras de Troia, Amazónias, Trabalhos de Hércules, etc.

Apesar de os homens não serem permitidos nas suas fileiras, a tribo entrava em contacto com eles uma vez por ano. As raparigas eram mantidas pelas amazonas, mas os rapazes eram mortos ou devolvidos ao pai.

Os gregos tinham muitos nomes diferentes para eles, a maioria dos quais os descrevia como matadores de homens.

As amazonas fazem parte da mitologia grega, mas há provas que sugerem que existiram: uma sociedade nómada e matriarcal de citas.

7) A queda de Ícaro

Uma das fábulas mais famosas da mitologia grega.

Explica em profundidade o conceito de "hubris" e como se manifesta.

Ícaro e o seu pai Dédalo - o mesmo que concebeu o já referido Labirinto - tentaram fugir de Creta usando asas feitas de cera.

Apesar de o sábio ancião ter aconselhado o seu filho a não voar demasiado alto nem demasiado baixo, Ícaro voou demasiado perto do sol e as suas asas derreteram.

O tema da "arrogância" é frequentemente repetido em histórias antigas e está associado a acções que violam a natureza e causam injustiças.

8) Pigmalião e Galateia

Uma história de amor entre um escultor talentoso e a sua criação.

Pigmalião, desiludido com as mulheres, procurou criar a mais bela representação de uma fêmea; uma mulher feita de marfim.

Chamou-lhe Galatea. Aos seus olhos, ela era a mulher definitiva e perfeita. Desenvolveu verdadeiros sentimentos por ela.

O seu verdadeiro desejo era estar com uma mulher tão perfeita como "ela". Era esse o seu desejo secreto e Afrodite tornou-o possível, dando vida à estátua.

O conceito de "sopro de vida", que dá vida a objectos inanimados, está presente em muitas culturas e mitos, desde os golems à filosofia vedantina e ao Pinóquio.

9. o rei Midas e o seu toque de ouro

Uma lição sobre ganância e sacrifício.

O Deus Dionísio, satisfeito com a hospitalidade do Rei Midas, concede-lhe um desejo.

Sem pensar muito, o Rei Midas escolhe o Toque de Ouro; tudo o que toca transforma-se em ouro.

As flores transformam-se em colunas de ouro, a comida em pepitas de ouro e até a sua filha se transforma em ouro.

Apercebendo-se do seu erro, reza a Dionísio para que lhe retire a sua "dádiva". O olímpico aconselha-o a lavar a mão no rio Pactolus e tudo voltará ao normal.

A riqueza foi sempre um tema controverso para os gregos, que consideravam anátema a riqueza sem sabedoria e procuravam sempre uma abordagem estoica do materialismo.

10. a caixa de Pandora

"A esperança na realidade é o pior de todos os males porque prolonga os tormentos do homem"

O ditado "uma lata de vermes" é uma versão modernizada da caixa de Pandora, um presente que acaba por ser uma maldição.

Para castigar a humanidade por desobedecer aos Deuses, Zeus decidiu dar uma caixa a Pandora, dizendo-lhe que lá dentro estava algo especial, mas que ela nunca a deveria abrir.

Naturalmente curiosa, Pandora abriu a caixa e quando viu todo o mal deste mundo a sair de lá, fechou-a. Uma coisa ficou lá dentro: a esperança.

Uma história bastante controversa que inspirou muitos artistas e filósofos.

"Pandora trouxe a caixa dos males e abriu-a. Era a dádiva dos deuses aos homens, exteriormente bela e sedutora, e chamava-se o Caixão da Felicidade. Dela saíram todos os males, criaturas vivas e aladas, que agora circulam e causam danos aos homens dia e noite. Um único mal ainda não tinha escapado da caixa e, por vontade de Zeus, Pandora fechou a tampa e ele ficou lá dentro.porque o homem tem sempre em sua casa o cofre da felicidade e pensa que tem um grande tesouro; está à sua disposição, estende a mão para ele quando quer; porque não sabe que a caixa que Pandora trouxe era o cofre do mal, e acredita que o mal que lá está dentro é a maior bênção, é a esperança".

11. a caixa da titanomaquia

Quando as pessoas lêem sobre a mitologia grega, tendem a concentrar-se nos 12 olímpicos, mas antes deles, eram os titãs que governavam o mundo.

Titanomachy é a batalha épica de 10 anos entre a antiga e a atual geração de Deuses.

Zeus e os seus aliados saíram vitoriosos, aprisionaram os Titãs no Tártaro e dividiram o mundo entre eles.

A maior parte dos poemas épicos escritos sobre esta guerra perderam-se, mas as referências que restam descrevem-na como um momento decisivo para a humanidade, reconhecendo a importância da liberdade e da ordem natural.

12. Apolo e Daphne

O belo loureiro, sempre verde, é chamado "Δαφνη" em grego, uma lembrança do amor de Apolo por Daphne.

Depois de o Deus do Arco e Flecha ter gozado com Eros (Cupido) por causa do seu pequeno arco, o Deus alado do Amor decidiu dar uma lição a Apolo.

A segunda flecha, feita de chumbo, atingiu Daphne e fez com que ela odiasse Apolo.

A ninfa rejeitava-o e fugia dele, pedindo ao seu pai (Peneu) que a ajudasse a libertar-se da sua beleza e da sua forma que lhe causava tanto sofrimento.

Ela transformou-se numa árvore, mas Apolo amava-a eternamente, por isso tornou-a perene.

13. o rapto de Europa

Zeus tem uma longa história de acasalamento com mortais, mas o Rapto de Europa é talvez a sua história de amor mais famosa. Afinal, o continente europeu foi batizado com o seu nome.

Diz-se que Europa era a mulher mais bela da Terra e que, ao contemplá-la, Zeus decidiu transformar-se num touro branco e misturar-se com a manada do seu pai.

Nas margens da Fenícia, Europa aproximou-se do touro, curiosa com a sua beleza e, ao ver que o touro era manso, decidiu subir para o seu dorso.

Nesse momento, Zeus foge para Creta, onde volta à sua forma normal e acasala com ela.

Um dos seus filhos, chamado Minos, era o rei de Knossos e toda uma civilização tomou o seu nome: a civilização minóica.

14. o mito de Niobe

Uma história trágica que explora ainda mais o conceito de "hubris" e a brutalidade dos Deuses.

Niobe, mãe de 7 irmãos e 7 irmãs, assistiu a uma cerimónia em honra de Leto, a mãe de Apolo e de Ártemis.

Ela começou a gabar-se dos seus 14 filhos, insinuando que era superior a Leto porque só tinha 2 filhos. Enfurecidos por terem insultado a mãe, os gémeos desceram à Terra e mataram a família de Niobe numa questão de segundos.

Esta matança deixou Niobe sozinha e devastada. Chorava dia e noite. Zeus teve pena dela e transformou-a numa rocha, dura e sem emoções. Mas a rocha começou a verter água, as lágrimas de Niobe.

15) Eros e Psique

Uma história de amor que transcendeu a mortalidade.

Psique (alma) era tão bela que as pessoas começaram a negligenciar a Deusa Afrodite que, ciumenta, ordenou ao seu filho Eros (Cupido ou Amor) que disparasse as suas flechas e privasse os homens dos seus desejos.

Mas Eros apaixona-se por Psique e leva o deus Apolo a fazer-lhe uma falsa profecia: o homem por quem ela se apaixonará será um monstro feio.

Eros e Psique só se encontravam à noite. Ela não conseguia ver o rosto dele, mas estava muito feliz.

Em breve, as pessoas começaram a envenenar a sua relação, dizendo que alguém que não mostrava a cara podia ser perigoso. É melhor matá-lo primeiro, antes que ele o tente fazer.

E ela tentou, mas Eros revelou-se - de coração partido.

Para compensar a sua traição, Psique terá de superar 3 desafios que acabarão por conduzir ao amor eterno.

16) Orfeu e Eurídice

Outra história que põe em evidência a natureza sacrificial do amor.

O deus Apolo dá uma lira majestosa ao seu filho Orfeu, cujas canções podem comover os imortais e domar as feras mais vis.

Orfeu apaixona-se e casa-se com Eurídice, mas a sua felicidade não dura, porque ela é mordida por uma serpente e vai para o Submundo.

Orfeu decide descer e trazer de volta a sua amada. Com o poder da sua música e a proteção dos Deuses, consegue passar por Cérbero e chega ao reino da Estígia.

Hades decide deixá-lo levar Eyridce consigo, mas só se ele não olhar para ela até verem a luz. Mas pensando que os Deuses o podiam enganar, a poucos passos do exterior, ele vira-se e olha para a sombra da sua mulher - agora presa no Submundo para sempre.

A canção de embalar de Orfeu recorda a todos os vivos e mortos a sua dor e o seu sofrimento. Rezando para se unir ao seu amor, exige que a morte o venha procurar.

E o seu desejo tornou-se realidade.

17. os Danaides

50 filhas para casar com 50 filhos.

O pai delas, Danaus, não queria que este casamento acontecesse e equipou as filhas com uma faca, instruindo-as a matar os maridos antes do ato sexual.

Quase todos obedeceram... exceto um. Linceu respeitou o desejo de Hipermnestra de permanecer virgem. Juntos, mataram Danaus e tornaram-se os governantes do seu reino.

As restantes Danaides foram castigadas no mundo subterrâneo: tiveram de encher de água uma banheira com um grande buraco no fundo, condenadas ao mesmo destino de Sísifo.

18. Édipo Rex

Édipo é uma personagem trágica utilizada em muitos mitos e peças de teatro gregas, mas muitos dos pormenores provêm da antiga tragédia grega "Édipo Rex".

Havia uma profecia segundo a qual o filho do rei de Tebas mataria o pai e casaria com a mãe. Quando Jocasta, a mulher do rei, deu à luz um filho, decidiram mandá-lo embora.

O rapaz foi adotado pelo rei Políbio de Corinto e pela sua mulher.

Quando cresceu, ouviu falar da profecia e decidiu nunca mais voltar a Corinto. O destino pregou-lhe uma partida cruel.

Édipo, antes de chegar a Tebas, encontra o rei e o seu verdadeiro pai e, após uma discussão, mata-o.

Continuando as suas viagens, conseguiu responder ao enigma do monstro Sphynx que atormentava a região e tornou-se o novo governante, acabando por casar com a sua mãe, a rainha e agora viúva...

Quando se aperceberam do seu erro, a mãe suicidou-se e Édipo ficou cego.

19. o Enigma da Esfinge

Falámos brevemente da Esfinge no mito de Édipo, mas vejamos com mais pormenor o enigma que a criatura lhe propôs.

"Que criatura tem uma só voz e, no entanto, se torna quadrúpede, bípede e tricéfala?"

( "Τί εστίν ό μίαν έχον φωνήν τετράπουν και δίπουν και τρίπουν γίνεται;")

Ou

"Que criatura rasteja de manhã, anda à tarde e permanece à noite?"

Se não conseguisses responder aos seus enigmas, ela devorava-te. E muitos homens foram vítimas dela até agora. Édipo foi esperto e respondeu:

"Homem que gatinha de quatro quando é bebé, que anda sobre dois pés quando é adulto e que usa uma bengala na velhice"

Nesse momento, a Esfinge devorou-se a si própria, significando uma mudança na ordem natural, a mudança das antigas práticas religiosas que incluíam a morte e o sacrifício para a ascensão dos Olímpicos.

20. eco e Narciso

Eco, amaldiçoada a repetir as últimas palavras que lhe foram ditas, avistou Narciso, um dos homens mais belos, na floresta.

Apaixonou-se ao olhar para ele, mas como não conseguia exprimir o seu amor, limitou-se a segui-lo de longe.

Narciso, separado dos seus companheiros, começou a chamá-los.

"Está aí alguém?".

E Eco respondeu: "Está aí alguém?"

Acabou por tomar banho, mas foi rejeitada; Narciso ficou encantado com o seu próprio reflexo no lago.

Um era incapaz de exprimir o amor e o outro era incapaz de amar alguém para além de si próprio.

21. camisa de Nessus

Este mito grego em particular é um motivo folclórico comum que envolve uma camisa venenosa.

A mulher de Hércules, receando que ele lhe fosse infiel, oferece-lhe uma camisa lavada com o sangue do centauro moribundo Nessus - era suposto manter Hércules comprometido.

Mas o meio-homem meio-cavalo mentiu-lhe: o seu sangue continha o veneno da Hidra de Lerna, da seta que Hércules usou para o matar.

Quando o herói vestiu a camisa, a sua pele começou a arder e, para aliviar a dor, atirou-se para uma pira funerária que tinha construído.

A Camisa de Nesso era uma dádiva que representava a fé incontornável.

22) Phaeton e a carruagem do sol

Phaeton, filho do deus Hélio, ao chegar ao palácio do pai, ficou encantado com a ideia de montar a carruagem do Sol.

Mas só Hélio era capaz de controlar os cavalos ferozes e dirigir a carruagem que transportava o Sol, e mesmo ele tinha problemas muitas vezes durante o dia.

Phaeton não ouviu.

Cheio de arrogância, chegou aos céus, mas não demorou muito a aperceber-se de que este empreendimento estava para além das suas forças mortais.

Falhou miseravelmente e os resultados da sua tentativa inútil criaram a galáxia em espiral, a Via Láctea.

Zeus ficou furioso e atirou-o à terra, num rio.

23. o mito de Sísifo

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O Mito de Sísifo foi popularizado por Albert Camus, que escreveu um extenso livro sobre este mito grego.

O rei Sísifo foi castigado com a morte por Zeus, sobretudo devido à sua arrogância; julgava-se mais esperto do que o próprio Deus do Trovão.

O único problema é que Zeus fez com que a pedra rolasse alguns metros antes de chegar ao topo.

Sísifo foi eternamente condenado a este trabalho enlouquecedor e sem sentido.

O Mito de Sísifo é uma história com várias camadas que simboliza a falta de sentido da vida e a forma como nos esforçamos por criar ordem a partir do caos.

24) Atlas, o Titã

Atlas foi um dos Titãs que perdeu na Titanomaquia.

Zeus castigou-o fazendo-o segurar o céu e as esferas celestes.

(Muitas vezes pensámos que Atlas segurava a própria Terra, por isso Atlas está associado à cartografia).

O Titã tentou enganar o herói Hércules, mas não conseguiu.

Especula-se que "Atlas" deriva da palavra "τλῆναι", que significa "sustentar", mas o nome atlas era também seguido do adjetivo "ντούρος", que significa "duradouro".

O famoso livro "Atlas Shrugged", de Ayn Rand, tem, naturalmente, o seu nome.

25. Milo de Croton

Milo foi, de facto, uma pessoa real, mas os seus feitos de força criaram toda uma série de histórias lendárias, mostrando como a mitologia estava viva e vibrante na Grécia antiga.

Milo, um famoso lutador, vencedor olímpico e guerreiro feroz, ganhou a sua força carregando um pequeno bezerro às costas até este se tornar um grande touro. Até hoje, o princípio da sobrecarga progressiva é utilizado no treino de força moderno.

O que é realmente interessante na sua história é a forma como morreu: avistou uma árvore com uma pequena fenda no meio e, pensando que era incrivelmente forte, decidiu parti-la ao meio.

Infelizmente, ficou com a mão presa e, sem poder sair, foi devorado por lobos.

26) Trabalhos de Hércules

Talvez o herói mais famoso seja o único Hércules.

Os seus 12 trabalhos são universalmente conhecidos e têm sido objeto de discussão para muitos historiadores, filósofos e artistas.

Enlouquecido por Hera e matando os seus filhos e a sua mulher, Hércules decidiu pedir perdão, tendo sido ordenado pelo deus Apolo a servir o rei Eyrysteus durante 12 anos.

  1. Matar o leão de Nemean.
  2. Matar a Hidra de Lernaean, com nove cabeças.
  3. Capturar a corça de Ceryneian.
  4. Capturar o Javali de Erymanthian.
  5. Limpar os estábulos de Augean num só dia.
  6. Matar os pássaros de Stymphalian.
  7. Capturar o Touro de Creta.
  8. Roubar as éguas de Diomedes.
  9. Obter o cinturão de Hipólita.
  10. Obter o gado do monstro Gerião.
  11. Roubar as maçãs das Hespérides.
  12. Capturar e trazer de volta Cerberus.

27) Acórdão de Paris

Páris, um príncipe mortal de Troia, foi selecionado para julgar a beleza de Atena, Hera e Afrodite, e o vencedor receberia uma maçã de ouro.

As três deusas apareceram à sua frente, despiram-se e começaram a suborná-lo com presentes.

Atena ofereceu-lhe sabedoria e capacidades de combate.

Hera prometeu fazer dele o rei da Europa e da Ásia

Afrodite decidiu oferecer-lhe a mais bela mulher mortal da Terra: Helena de Esparta

Páris decidiu dar a maçã a Afrodite, conquistando o coração de Helena e o ódio dos espartanos e da deusa Hera.

Isso levou às guerras de Troia.

8 figuras proeminentes da mitologia grega

1. Hércules

Já mencionámos várias vezes o semideus icónico.

É inegável que ele é considerado um dos maiores heróis da Grécia antiga. O amado guerreiro era filho de Zeus e da mulher mortal Alcmene.

Naturalmente, a Deusa Hera enfureceu-se mais uma vez com a infidelidade do marido e desprezou a sua descendência ilegítima.

Ela tentou atrasar o nascimento do bebé e, mais tarde, enviou duas cobras para o matar, mas Hércules mostrou grande força e conseguiu estrangulá-las.

Mais tarde, completou os 12 trabalhos e mostrou mais uma vez o seu valor.

Hércules continua a ser um símbolo de masculinidade e força até aos dias de hoje, mas o mais importante é que a sua luta destaca a Jornada do Herói e a importância de ultrapassar as adversidades para nos descobrirmos a nós próprios.

2) Prometeu

Prometeu é um dos poucos Titãs que se aliou aos Olímpicos durante a Titanomaquia.

Uma das poucas divindades que era um servo da humanidade e sempre torceu pelos seus irmãos mortais.

Símbolo do esforço humano, da procura do progresso e da ciência.

Alguns dos seus feitos incluem:

  • Como castigo, foi amarrado a uma rocha e uma águia comia-lhe um pedaço do fígado todos os dias - que voltava a crescer de um dia para o outro.
  • Enganar Zeus, dando-lhe ossos como sacrifício e deixando as pessoas ficarem com a carne dos animais.
  • Criar seres humanos a partir do barro

3) Asclepius

A vara de Esculápio continua a ser um símbolo da medicina até aos dias de hoje.

Filho do deus Apolo e de uma mulher mortal, era capaz de usar os seus imensos conhecimentos para curar e até ressuscitar pessoas.

Estudou com o seu pai e com o centauro Quíron, mas diz-se que uma serpente lhe segredou ao ouvido muitos segredos sobre saúde e medicina.

Mas Hade, o Deus do Submundo, queixou-se a Zeus de que Asclépio lhe roubava as almas e, para manter o equilíbrio, o Deus do Trovão abateu o homem talentoso com um raio.

Apolo pediu a Asclépio que viesse para o Olimpo, tornando-se assim o Deus da Medicina.

4. aquiles

Na mitologia grega, Aquiles é o maior de todos os guerreiros gregos.

É o principal herói do poema épico Ilíada, mas a sua lenda repete-se na arte, na literatura, na filosofia e na música.

Um soldado forte e corajoso, mas acima de tudo, um rei dissidente que contrariou os seus homólogos.

Conseguiu matar Heitor de Troia, mas foi inevitavelmente morto por uma flecha que o atingiu no calcanhar.

O corpo de Aquiles era suposto ser indestrutível, exceto por uma pequena fraqueza: quando a mãe o mergulhou no rio Estige, estava a segurá-lo pelo calcanhar.

5) Minos

Minos era filho de Zeus e de Europa e tornou-se rei de Creta, utilizando as leis que recebeu do seu pai.

A civilização minóica deve o seu nome a este facto.

De nove em nove anos, obrigava os atenienses a enviar sete jovens para serem sacrificados ao minotauro no Labirinto.

Mais tarde, quando morreu, tornou-se juiz dos mortos no submundo.

Os historiadores sugerem que Minos (que significa "rei" em cretense) foi uma pessoa real, cuja influência se estendeu a Micenas e Atenas.

6) Ariadne

Filha do rei Minos e de uma princesa cretense.

Apaixonou-se por Teseu e ajudou-o a fugir do Labirinto.

Quando viajavam juntos de volta a Atenas, o deus Dionísio decidiu fazer dela sua esposa e exigiu que Teseu a deixasse na ilha de Naxos.

Aí, Ariadne deu à luz três filhos do deus.

Alguns anos mais tarde, Perseu matou-a, mas Dionísio viajou para o submundo e levou-os consigo para viverem juntos com os Deuses.

7. musas

Na mitologia grega, as musas são a manifestação física das artes, da literatura e da ciência.

Representam a poesia, a comédia, a astronomia, os hinos, as canções, a história, etc. O seu líder é o deus Apolo.

Não podemos dizer ao certo quantos eram, mas segundo Hesíodo eram 9:

  1. Calliope
  2. Clio
  3. Erato
  4. Euterpe
  5. Melopémene
  6. Poliquimnia
  7. Terpsícore
  8. Thalia
  9. Urânia

Cada uma protegendo o seu domínio.

8) Cadmus

Cadmo é o primeiro herói grego.

Príncipe fenício que trouxe o alfabeto fenício para os gregos e fundou a cidade de Tebas.

Antes do tempo de Hércules, ele era o maior herói e matador de monstros.

Depois de matar um dragão sagrado, querido pelo deus Ares, foi atingido pelo infortúnio e rezou para que, se os deuses gostavam tanto de uma serpente, o transformassem numa. Imediatamente cresceram-lhe escamas na pele.

Os seus descendentes governaram Tebas durante muitos e muitos anos.

Se quiser conhecer alguns destes heróis (e mais!), consulte o segundo livro de Stephen Fry: Heroes

Um relato magistral e intrigante dos grandes heróis da mitologia grega

A viagem ainda agora começou...

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Espero que este post tenha conseguido despertar, pelo menos, a tua curiosidade sobre a Mitologia Grega e as suas fascinantes histórias e heróis.

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-G.K

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